Maiúsculas
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A Base XIX, «Das minúsculas e maiúsculas» do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), enumera os casos de emprego das minúsculas e maiúsculas.
Recomenda-se um uso prudente da maiúscula e apenas quando tal se justifique. Em determinadas situações, pode ser conveniente ou simplesmente desejável destacar palavras, pelo que nesses casos pode recorrer-se à maiúscula, como, por exemplo, para destacar palavras de sentido espiritual ou moral: a Arte, a Justiça.
A letra maiúscula inicial é usada:
1. Em início de frase:
«Admirável beleza do coração feminino, generosa qualidade
que todos seus infinitos defeitos faz esquecer e perdoar!»
(Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra)
2. Em início de verso:
«Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.»
(Álvaro de Campos, Tabacaria)
Nota: Há escritores que optam pelo uso da minúscula no início de cada verso.
3. Em início de citação direta:
«– A gente, Craft, nunca sabe se o que lhe sucede é,
em definitivo, bom ou mau.»
(Eça de Queiroz, Os Maias)
4. Nos antropónimos (nomes próprios de pessoas):
Ana, Diogo, Guiomar, Henrique, João, Maria, Tomás
Nota1: Quando nomes próprios de pessoas entram na formação de palavras comuns, escrevem-se com minúscula:
joão-ninguém, zé-pereira
Nota2: As palavras de ligação entre os nomes (determinantes ou palavras invariáveis) escrevem-se com minúscula:
Nota3: Há nomes próprios de pessoas que se usam em sentido comum escrevendo-se, por isso, em minúscula: «Ele é um hércules.»
Nota4: Também se escrevem com maiúscula inicial as designações adjetivas de naturalidade, nacionalidade ou raça, quando se unem sem interposição de vírgula a nomes próprios: Vieira Lusitano.
5. Nos topónimos (nome de região, cidade, vila, povoação, lugar, rio, bairro, avenida, praça, largo, travessa, etc.), reais ou fictícios:
África, Brasil, Lisboa, Portugal, Rio de Janeiro
Nota1: As partículas de ligação escrevem-se com minúscula:
Trás-os-Montes, África do Sul
Nota2: Os conjuntos vocabulares que designam estados ou organizações, federações:
Império Britânico, Principado do Mónaco, Região Autónoma da Madeira
Nota3: Os nomes de acidentes geográficos escrevem-se com inicial maiúscula, mas os nomes comuns que os acompanham escrevem-se com minúscula:
arquipélago dos Açores, serra da Estrela, mar Mediterrâneo, rio Tejo
Nota4: Quando os nomes geográficos entram na formação de compostos do vocabulário comum e perdem a sua significação própria, passam a escrever-se com minúscula. Se o seu significado fica intacto, a maiúscula deve ser usada: além-Atlântico.
Nota5: É facultativo o uso da maiúscula ou minúscula em nomes de vias e logradouros públicos:
rua da Academia das Ciências ou Rua da Academia das Ciências
Nota6: Se estes nomes ocorrem de forma isoladas, são sempre nomes ruas: «Esta avenida está muito florida.»
Nota7: Opcionalmente, também se pode escrever designações de edifícios ou parte deles, construções arquitectónicas: torre de Belém ou Torre de Belém, Estada Nacional 14.
Nota8: Usa-se maiúscula quando um adjetivo forma, por si só, uma designação congénere das descritas: a Baixa pombalina.
6. Nos nomes de factos históricos ou efemérides:
Descobrimentos, Guerra Fria, Questão Coimbrã,
Renascimento, Segunda Guerra Mundial
Nota9: Em iniciativas que assumam caráter temporal não efémero:
Lisboa, Cidade Limpa
7. Nos nomes de movimentos culturais ou artísticos:
Classicismo, Futurismo, Modernismo, Renascimento
8. Nos nomes de eventos culturais ou desportivos:
Bienal de S. Paulo, Expo, Olimpíadas
9. Nos nomes de conjuntos musicais:
Madredeus, Xutos & Pontapés
10. Nos nomes de marcas:
Ferrari, Mercedes, Boeing