O VOLP-1940 é o primeiro vocabulário ortográfico com a chancela da ACL, tendo sido publicado pela Imprensa Nacional de Lisboa em 1940, com um total de 821 páginas (Figura 1) .

 

capa volp 1940
interior volp 1940 


Figura 1: VOLP-1940 (ACL).

 

Em termos de ortografia, o VOLP-1940 segue a base da reforma ortográfica de 1911, recorrendo ainda a outras duas bases acessórias: a reforma de 1920 segundo a Portaria n.º 2:533, de 29 de novembro de 1920, que alterou as disposições de 1911, e o Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro (1931), celebrado entre a academia portuguesa e a brasileira em 30 de abril de 1931, aprovado e mandado executar em Portugal pela Portaria n.º 7:117, de 27 de maio do mesmo ano, e no Brasil pelos Decretos n.ºs 20:108 e 23:028, respetivamente de 15 de junho de 1933 e de 2 de agosto de 1933. Apresenta este vocabulário uma «revisão metódica das disposições» (p. X) desta tentativa de acordo.

A nomenclatura «abrange apenas a língua portuguesa moderna, isto é, o período linguístico que decorre do século xvi até à época actual» [entenda-se 1940] (p. XII), registando unidades lexicais que deram entrada na língua depois de 1500, deixando de fora unidades «pertencentes ao período arcaico do idioma» (idem). No entanto, arcaísmos ainda usados à época podem ser encontrados nesta obra.

No que concerne à macroestrutura da obra, o VOLP-1940 é constituído por três secções:

  • vocabulário comum (pp. 3–713) do «léxico geral da língua descontados os nomes próprios» (p. IX);
  • vocabulário onomástico (pp. 717–809), «nomes próprios de várias categorias» (p. IX), tais como antropónimos, topónimos e patronímicos, assim como etnónimos, hierónimos, mitónimos, cronónimos e bibliónimos;
  • apêndice com um Registo de abreviaturas de uso corrente em finais da década de 30 do século xx (pp. 813–819), «portuguesas e ainda de outras não portuguesas que são empregadas na nossa escrita […] as abreviaturas de maior importância para os usos correntes e de maior curiosidade geral para os dois países de língua portuguesa» (p. IX).

A obra apresenta uma dedicatória: «Às Nações Portuguesa e Brasileira oferece e consagra, no Duplo Centenário da Fundação e da Restauração de Portugal, a Academia das Ciências de Lisboa.» Segue-se a «Introdução», prefaciada por Francisco Rebelo Gonçalves a par de Aniceto Gonçalves Viana.

Os Comentários ortográficos finais, também da lavra de Rebelo Gonçalves, enriquecem o tomo ao apresentar uma justificação das opções gráficas no registo de certos vocábulos duvidosos.